sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dois terremotos associados ocorreram em Samoa

Os maiores terremotos e tsunamis usualmente são causados pelo deslocamento de falhas transcorrentes. O tsunami de 29 de setembro de 2009 em Samoa, que causou a morte de 192 pessoas, foi precedido por um terremoto de cerca de 8 pontos na escala Richter associado à movimentação de uma falha normal na região onde a placa do Pacífico se flexiona antes de entrar na zona de subducção. Pesquisadores da Nova Zelândia mostram em trabalho publicado na revista Nature que esse terremoto foi acompanhado quase simultaneamente de uma ruptura da interface de subducção rasa, equivalente a um outro terremoto de mesma ordem de grandeza.

No entanto, não foi possível determinar se a falha normal se rompeu primeiro, desencadeando o evento na interface de subducção. É a primeira vez que se consegue documentar dois eventos dessa magnitude acontecendo tão próximos no tempo e que o seu desencadear pode ter sido um terremoto lento. As evidências se baseiam nos deslocamentos registrados nas estações do GPS (sistema de posicionamento global).

O artigo pode ser consultado em
J. Beavan, X. Wang, C. Holden, K. Wilson, W. Power, G. Prasetya, M. Bevis & R. Kautoke - Near-simultaneous great earthquakes at Tongan megathrust and outer rise in September 2009
http://www.nature.com/nature/journal/v466/n7309/full/nature09292.html


Tsunami foi golpe triplo
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12652/divulgacao-cientifica/tsunami-foi-golpe-triplo.htm

Vazamento de petróleo no Golfo do México pode ter mais de 35 km

A pluma de óleo que vazou do poço da BP no Golfo do México nos últimos meses tem uma extensão de pelo menos 35 km, de acordo com um relatório elaborado por uma equipe de pesquisadores da Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) coordenada pelo oceanógrafo Richard Camilli.

Segundo os pesquisadores, a pluma principal se encontra suspensa entre as profundidades de 1.000 e 1.200 metros e, em alguns lugares, alcança mais de 2 km de largura e 200 metros de espessura. Partindo do poço que entrou em erupção (blow out), ziguezaguearam um A.U.V. (autonomous underwater vehicle - veículo subaquático autônomo) através da pluma. O equipamento realizou análises químicas e medidas da concentração de hidrocarbonetos e de oxigênio na água. Segundo o oceanógrafo químico John Kessler, da Universidade A&M do Texas, o AUV "pode nadar como um peixe através da pluma, medindo todos os diferentes hidrocarbonetos, líquidos ou gasosos, e faz o trabalho de mapeamento da área dessa pluma mais eficientemente que qualquer outro".

O artigo foi publicado na revista Science:
Tracking Hydrocarbon Plume Transport and Biodegradation at Deepwater Horizon
http://www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/science.1195223v1


e comentado na revista Nature:
Extent of lingering Gulf oil plume revealed
http://www.nature.com/news/2010/100819/full/news.2010.420.html

Lista de Espécies da Flora do Brasil

O Brasil, como país signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), assumiu perante a comunidade internacional uma série de compromissos para 2010. Dentre eles, destaca-se a implementação da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC), com o objetivo de facilitar o consenso e a sinergia nos níveis global, nacional, regional e local para impulsionar o conhecimento e a conservação de plantas. Das 16 metas estabelecidas pela GSPC, a primeira é a elaboração de uma "lista funcional amplamente acessível das espécies conhecidas de plantas de cada país, como um passo para a elaboração de uma lista completa da flora mundial".

Para atingir essa a meta, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro foi designado pelo Ministério do Meio Ambiente, através do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), para coordenar a elaboração da Lista de Espécies da Flora do Brasil.

São aqui apresentadas um total de 40.988 espécies da flora brasileira, sendo 3.608 de Fungos, 3.495 de Algas, 1.521 de Briófitas, 1.176 de Pteridófitas, 26 de Gimnospermas e 31.162 de Angiospermas.

Lista de Espécies da Flora do Brasil
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Olha a faca

Estudo publicado na revista nature, neste 11/8/2010, descreve cortes que teriam sido feitos com facas de pedra em dois ossos de ungulados, animais com cascos como bois, cabras e antílopes, há 3,4 milhões de anos, ou seja, 800 mil anos antes do que se imaginava.

Nessa época, habitavam a região os primatas da espécie Australopithecus afarensis, do qual Luci é o espécime mais famoso.

Essas descobertas foram feitas a partir da análise de ossos encontrados em 2009 no baixo vale do Awash, na Etiópia, país que continua dando material para entendermos as origens humanas.

Um dos exemplares estudados era de um animal do tamanho de uma impala, enquanto o outro teria o tamanho de um búfalo. Provavelmente, os donos das facas aproveitaram carcaças abatidas por predadores para extrair alimento.

David Braun, arqueólogo especializado no Paleolítico, salienta que o comportamento de usar carcaças como fonte de alimento não é observado nos chimpanzés atuais.

A prova de que se tratam mesmo de dois exemplos do uso de ferramentas foi feito em duas etapas: na etapa química, foi preciso mostrar que as marcas foram feitas nos ossos antes da sua fossilização; na segunda, ao microscópio, foi determinado que eram resultado de cortes, e não de erosão de algum tipo.

Faca de 3,4 milhões de anos
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12617/divulgacao-cientifica/faca-de-3-4-milhoes-de-anos.htm


Butchering dinner 3.4 million years ago
http://www.nature.com/news/2010/100811/full/news.2010.399.html


McPherron et allii - Evidence for stone-tool-assisted consumption of animal tissues before 3.39 million years ago at Dikika, Ethiopia
http://www.nature.com/nature/journal/v466/n7308/full/nature09248.html